terça-feira, 20 de setembro de 2011

Homenagem IV do Blog, CHICO BUARQUE

Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de junho de 1944. É o único da minha lista de homenageados que está vivo. Começou a se destacar no campo cultural no ano de 1966, vencendo o Festival da Música Popular Brasileira com a música “A Banda”. Devido ao regime militar vigente no Brasil à época, se auto-exilou na Itália de 1969 a 1970. Sua obra não se restringe apenas à música. É também dramaturgo, com grandes trabalhos – como “O Mágico de Oz” - no Teatro Nacional e também Escritor, que lhe rendeu alguns prêmios internacionais com romances como “Budapeste”, “Estorvo” e “Leite Derramado”.
Sua obra nunca deve ser interpretada pela primeira impressão. Todo poema, música, ou algo está recheado de ironias e coisas implícitas. Está sempre politizando sua obra, que é uma característica presente desde suas canções de protesto até suas canções de amor.
Ele merecia ter toda semana um poema aqui neste blog, visto que sua gama de obras-primas é inesgotável. Pretendo futuramente postar outros dele, mas aqui vai um dos meus favoritos: A canção Folhetim.

Folhetim

Se acaso me quiseres,
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.

E eu te farei as vontades.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opnião para o autor do Blog