Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de junho de 1944. É o único da minha lista de homenageados que está vivo. Começou a se destacar no campo cultural no ano de 1966, vencendo o Festival da Música Popular Brasileira com a música “A Banda”. Devido ao regime militar vigente no Brasil à época, se auto-exilou na Itália de 1969 a 1970. Sua obra não se restringe apenas à música. É também dramaturgo, com grandes trabalhos – como “O Mágico de Oz” - no Teatro Nacional e também Escritor, que lhe rendeu alguns prêmios internacionais com romances como “Budapeste”, “Estorvo” e “Leite Derramado”.
Sua obra nunca deve ser interpretada pela primeira impressão. Todo poema, música, ou algo está recheado de ironias e coisas implícitas. Está sempre politizando sua obra, que é uma característica presente desde suas canções de protesto até suas canções de amor.
Ele merecia ter toda semana um poema aqui neste blog, visto que sua gama de obras-primas é inesgotável. Pretendo futuramente postar outros dele, mas aqui vai um dos meus favoritos: A canção Folhetim.
Folhetim
Se acaso me quiseres,
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.
E eu te farei as vontades.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.
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