sábado, 10 de setembro de 2011

Homenagem III do blog, Manuel Bandeira

      Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu na cidade de Recife no dia 19 de abril de 1886 e foi um dos maiores nomes da literatura da nossa Língua da modernidade e de todos os tempos. Na semana de arte moderna (1922), não pode participar por motivos de saúde, mas foi quem abriu o evento ao ter um poema seu declamado: “Os Sapos”, no qual criticava toda a forma de se fazer literatura da época (parnasianismo).
      Desde os dezessete anos, Bandeira foi desenganado pelos Médicos: estava com tuberculose e prestes a morrer. E viveu sua vida toda como se fosse morrer amanhã, e isso se refletiu na sua obra, com uma poesia alegre, bonachona. De princípio temia a morte, mas com o passar do tempo ela se tornou sua fiel, amorosa e engraçada companheira, e não eram raras as vezes que ele brincou com a morte em seus poemas. Morreu aos 82 anos (Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) assim, enganando a morte todo dia e amando a vida.
      Existem centenas de poemas dele que eu gostaria de compartilhar. E planejo fazer uma outra homenagem em breve, falando mais da poesia dele e não da biografia. É meu escritor favorito e é nele que mais me inspiro para escrever aqui. Quem quiser beber na fonte do blog, leia Manuel Bandeira.
       A seguir um poema. Não é o meu preferido do autor, mas é uma obra prima da poesia.


O bicho


Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.




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