domingo, 24 de outubro de 2010

Voltamos!

Estou até com vergonha de vocês. O blog está ou estava abandonado... Nas últimas duas semanas, devido à minha viagem a Belém e às atividades intensas na Universidade do estado do Pará, fiquei afastado do recinto. Mas agora venho trazer a vocês um texto escrito ainda em janeiro deste ano.
Ontem chegou ao mundo o pequeno Joaquim, o novo caçula da minha família, destronando meus primos João e Maria no que diz respeito a paparicagem geral da família. Porém, o reinado destes foi intenso e duradouro, e esse poema fala um pouco desse mandato.



João e Maria


Na rua do Imperador
quem reina são dois bravos fidalgos.
João, com seu macacão marrom,
é o príncipe guerreiro:
corre, luta, esbraveja...
é a autoridade máxima do quintal;
às vezes, montado em Lupi ou Azeitona
os alazões negros que de fato são cãezinhos.

Maria é a dona da voz.
Linda princesa de encantos tais
que toda noite a nobreza a visita
e a paparica com doteis Reais.
Delicada, se põe a observar
estrelas, pássaros, barcos e animais.
A pequena só tem um problema:
ver João nos braços da sua corte.
Ciúmes de si mesma, nada mais.

João e Maria não jogam mais
migalhas de pão para não se perder;
descobri que, no esplendor de seus "pouco metro",
João e Maria são os donos do poder.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ave, Ave ó Senhora da Berlinda!

Esta é uma postagem relâmpago. Excepcionalmente hoje não teremos poesia. Motivo: estou embarcando para Belém para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Não se preocupem, a procissão é algo tão inspirador que provavelmente irei postar algo relacionado em breve. Não prometo que seja nos próximos dias porque não sei se terei acesso a um micro lá em Belém.
Se vossa fome de poesia for sem fim, acessem os blogs "questoes de verso" e "cardesir", que estão listados nos meus favorito lá embaixo na direita do seu navegador.
Fui!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

30 postagens!

Olá. Essa é a postagem de número 30! Em 4 meses de blog já temos 4174 visitas. Só tenho a agradecer!
Porém, interrompo meus estudos sobre carcinogenese viral somente para postar esse poema recém-parido. No meio de tanto miado dos "gatos-mestres" na arte da "mantra", é preciso ter a consciência tranquila para não fazer bobagem no próximo domingo. Por isso, vamos ao texto de hoje.

Herbívoro

Filhote de leão, de leopardo,
de jaguatirica.
Até o gato de apartamento entra na briga!
Por um pedaço de carne, crua ou cozida.

Quem escolher? São todos novos-velhos!
Uns com pinta, uns com coleira, outros com juba...
Selvagens ou adestrados,
mas todos carnívoros.

Querem arrancar com seus caninos a fatia mais gorda
dessa Vaca que amamenta a todos os cicranos.
Hei de eleger, em meu desatino,
um nobre felino vegetariano.


domingo, 26 de setembro de 2010

"Depois da onda pesada, a onda zen"

São 3 e meia da manhã e estou com insônia. Acabei de fazer um poema, e seria uma maldade não o compartilhar com vocês! Ele fala de algo que eu gostaria de sentir. Queria poder não fazer nada. Queria poder nem levantar da cama, dormir umas 22h por dia e coisas do tipo. Então, aí vai ele:


Maloca Beleza

Ergui uma maloca no nada.
Lá não tem chuva que alague
e nem seca que maltrate.
Tem só a força da sua palha castigada.

É só atar uma rede, mesmo na falta de parede,
e por um disco pra tocar.
Pronto. Basta agora o sereno do vento,
que ela se torna um santuário, um templo.

Lá ninguém morre de tiro,
nem de infarto ou preocupação.
Lá só se morre de rir e se agoniza
em uma morte lenta e gostosa de preguiça.

Não existe "acorde!" lá; só acordes de violão.
Não há contramão nem contratempos
nem contas a pagar e nem cifrão.
É apenas uma maloca. Palha, estaca, pau e chão.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Risoflora


Chico Science escreveu que Risoflora era a flor mais bela do manguezal. Parafraseando o cantor pernambucano e analisando o poema que vamos ler hoje por aqui, espero que nasça uma flor dessas em cada família que é vítima do protagonista (e vilão) do nosso texto aqui hoje. Precisa-se de esperança, de determinação, de fé, e uma flor é algo que simboliza tudo isso. Para quem não entender as metáforas do poema, vai uma dica (claro, não posso dar tudo mastigado para vocês...): qual o signo do horóscopo que tem como símbolo o habitante do manguezal?



Mangue

Os caminhos da dor nem sempre têm saída.
São estradas tortuosas e torturantes.
Com rios de lágrimas e lagos de sangue.
E, no fim, a Indesejada da gent
e nos espera em sua marcha claudicante.

Há atalhos nesses caminhos
- queira nunca traçá-los -
em trilhas de caranguejo.
O crustáceo surge pequeno e silencioso
e vai sugando tudo o que há de vida
e se torna enorme e escandaloso.

Os que pisam nesse caminho,
sem saber, afundam devagarinho.
Dormem na praia e acordam no Manguezal.

HÁ CARANGUEJOS EM TODOS OS LADOS!

O que nasceu no pâncreas pôs sua ova
e a prole se espalha e ganha terra nova em todo o corpo.

O ramal vai encurtando, já se vê que é sem saída.
As pinças e garras vão arranhando e segurando
os amores de quem faz essa caminhada.
Querem arrastá-los junto, qurem fura-lhes a alma,
querem tirar-lhes o alicerce, chocar as famílias.

Mas não importa mais, são coisas da vida.
O fim do beco já está dobrando a esquina,
e é sábio o aventureiro que pisa esse chão olhando pra cima.


P.S: Outra paráfrase: Indesejada da gente é como Manuel Bandeira chamava a Morte.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Saudades


Os acontecimentos da última semana (Sairé, por exemplo) me afastou do blog. Estou de volta. Escrevi algumas coisas novas, mas ainda não estão prontas para aparecerem por aqui. Portanto, trago para vocês um texto antigo, do ano passado, que fala do que vocês mais gostam: o Amor.


Nova frequência

Quem não ama tem dois ouvidos,
cada um com sua cóclea e labirinto.
Os que amam - teimosos com a Natureza
possuem um terceiro:

Os que não amam ouvem
passarinhos, ondas na água, música.
Os amantes escutam com seu outro ouvido
e fazem, de cada ruído,
motivo para suspiros.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Inspiração

Parece que a inspiração está de volta. É, ela se mantém distante às vezes, mas - como boa mulher de malandro - ela sempre volta. O mundo precisa de mais poesia. É latente isso. Quem lê poesia e se abre a conhecer a poética em qualquer forma, consegue ver sentimentos e horizontes expandidos nas diversas coisas da vida. Ultimamente tenho visto na Religião, na faculdade, na família, nos amigos, na vida pessoal, no futebol (mesmo sendo sentimentos tristes nesse caso...) e onde mais se possa imaginar.
Por conta disso, o Leianoverso trouxe um singelo poema que fala sobre o tema. Divirtam-se.


Questionário

O que te inspira?
Um beijo na boca,

a folia de fevereiro,
o céu de lua cheia
ou panela de brigadeiro?

O que respiras?
A fumaça cinza,
os tons pastéis,
o cheiro de comida da vizinha,
ou charutos de coronéis?

O que admiras?
O Cristo Redentor,
o Cristo da Bíblia,
a família de casa,
ou a Sagrada Família?

Quando respirares
- bem perto de ti -
o que te inspira,
ficarás admirado
com o que há dentro de ti
de poesia.




P.S.:
Com muito orgulho, faço parte da LCT - Liga Cirúrgica do Tapajós. A nossa liga, que é uma extensão do curso de MEDICINA da Uepa, estará fazendo uma blitz de educação no Trânsito na Rodovia Everaldo Martins (PA-457) no SAIRÉ 2010, começando hoje. Estarei lá amanhã pela parte inteira da tarde. Então, abri esse espaço para divulgar a LCT, que formará grandes cirurgiões no ESTADO DO TAPAJÓS.

domingo, 5 de setembro de 2010

Malandragem


Começo com meu pedido de perdão: Desculpem-me! Como (ainda) não vivo apenas de poesia, tenho que estudar para a minha faculdade, e nessa semana que passou tive uma prova barra pesada, então nem tive condições de adocicar a vida de vocês com os grãos de poesia que semeio por aqui.
Como estamos na semana da pátria, resolvi homenagear um dos maiores símbolos brasileiros na postagem de hoje.



Serafim

Serafim acorda cedo todo dia
boca seca e cabeça doída
da bebedeira do outro dia.
Veste-se garbosamente
beija a mulher e vai pro batente
no boteco lá da esquina

Enquanto trabalharia o Serafim
bebe cachaça, joga truco e come coxinha.
A barba mal-feita é o cartão de visita
e o bilhar, o dominó e o baralho
sua bem-treinada perícia.

Um dia, malandro, ela te larga.
Leva os filhos, a TV e sai de casa de mansinho.
Te arranca uma pensão e te deixa sozinho.
Mas pra ti não é problema, Serafim.
Corre pra buscar consolo no tamborim,
que tens sempre o carinho dos Valetes, das Damas
e do botequim.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Frita, Santarém!


Este poema estava cozinhando na minha cabeça há alguns dias, quando a amiga e leitora Thainá Aguiar "encomendou-o". A postagem também é decicada ao @rafapazz, que tanto reclama do tema. Bem, todo mundo que anda pelo menos 50 metros a pé em Santarém sabe que o que o poema retrata é real até demais. Nem que seja o trajeto entre o carro/onibus até dentro de casa ou da sala de aula, está insuportável!!! Mas acho que nenhuma crítica, neste caso, vai fazer melhorar a situação...



Escaldante

Salta o mercúrio dentro
do termômetro em seu delgado tubo,
e também o suor do estreito ducto
das glândulas sudoríparas.

Arde o sol no meu Tapajós,
escalda suas praias, e o asfalto e a terra batida
da Prainha, Diamantino, Aparecida.
Cada quarteirão é um Círio,
ao andar a pé nesse martírio.

Será que São Pedro esqueceu o caminho daqui?
Ou a chuva que já ferveu antes de cair?

Nesse devaneio tropical, a Amazônia virou Sertão,
e meu Saara é Alter-do-Chão.

domingo, 29 de agosto de 2010

Novos tempos

Duas críticas de leitores me chamaram a atenção ultimamente. o Gil Serique disse que devo me censurar menos, me soltar mais, ter menos vergonha do meu público. A Nicolly Guimarães disse que eu já tenho meu estilo próprio de escrever, que já identificaria um poema meu entre muitos. Não importa qual é a crítica (se é esculacho, conselho ou só elogio), sempre se evolui mais depois de saber o que os outros pensam de si. Então, se expresse mais, diga o que você pensa de mim. Os comentários estão abertos.



Vocabulário facial


Teu Vocabulário facial é de poucas palavras,
que meia basta para os bons e maus entendedores.
Só se vê no teu rosto suas figuras de linguagem e onomatopéias
.
Teu dialeto não é difícil de perceber, nem fácil de se decifrar.

Tuas fásceis não fascinam nem apavoram.
Não oprimem com o fascismo dos teus caprichos,
nem se rendem ao fascínio da tua escravidão eterna.
Teu vocabulário não se soletra e nem se externa.

Não me dirija mais a palavra com as rugas da testa!
Nem com as asas do nariz ou com o canto da boca.
As frases continuam soltas no teu rosto sazonal,
e eu, preso; nesse vocabulário facial.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Três Mil


O Leianoverso está prestes a completar três mil visitas (Faltam 12, até o fechamento desta edição). Só tenho a agradecer a todos vocês, leitores, assíduos ou não, espontâneos ou não. Desculpa a todos que peço insistentemente via MSN para entrarem aqui, mas faço isso por uma boa causa.
Creio que nessa atual postagem começarei a promover as atualizações via SMS para celulares VIVO. Estou planejando também espalhar alguns cartazes nas universidades e principais colégios santarenos. Vamos ver no que vai dar.
O texto de hoje reflete sobre um problema de saúde comum a muitos indivíduos em toda a parte do planeta. Precisamos sempre estar com a coluna reta!


Ortopedia

As colunas dos templos gregos
- em mais de três mil anos -
se despedaçam, mas se mantêm firmes,
não como sua prima Vertebral,
continuamente torta e maltratada.

Pobres mesmo são as contra-parentes, as Colunas de Jornal.
Sofrem constantemente de escoliose
e dependendo da situação espreita,
pendem ora para a esquerda,
ora para direita.

domingo, 22 de agosto de 2010

Meus bons amigos. Não estou postando com tanta frequência nesses dias por conta da corrida rotina na Universidade. Prometo que serei um bom blogueiro e vou voltar a dar mais atenção a vocês depois da prova desse módulo.
O poema de hoje fala de algo que irrita todo mundo, mas todo mundo faz/fez uso dela. Pode-se tirar a interpretação que quiser dele.



Pirataria

Nos tempos de agora, onde tudo é pirata,
para não ser mal interpretado,
evito rimar os falsos cognatos.

O que se vê pode não ser.
O que de fato é pode não ser visto.
Quem só enxerga o óbvio
não vê além do que é bonito.

Discos, filmes, bebidas, dinheiro e pessoas.
Há falsificações e cópias em todo lugar.
Atenção aos menos atentos (ou mais ingênuos):
Nem sempre há selos de qualidade
ou marca d'água e linha negra contra a luz
para mostrar o que é falso e o que é verdade.



P.S. o Cardesir, do amigo Tércio Moreira, está de volta à ativa. Quem curte o Leianoverso também vai gostar de lá.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Trago boas novas, bobagens num papel!"

Amigos, tenho novidades mais uma vez.
Quem entrou no blog ultimamente - ainda que eu tenha ficado um tempinho sem postar - notou uma mudança drástica no visual e layout deste sítio poético. Pois é. O amigo Túlio Lacerda - acadêmico de Design e Desenho Industrial na UFCG - é o responsável pelo novo estilo do blog, e ainda está buscando novas ferramentas para melhorar a aparência do recinto. Gostaram da logomarca? Eu achei bem estilosa.
Outra novidade é a seguinte: o Leianoverso agora tem um patrocinador! Isso mesmo! O instituto ALL IDIOMAS de Juruti (em breve em Santarém), que oferece cursos de Inglês e Espanhol a preços acessíveis, é o colaborador oficial daqui. É um Mecena da poesia. Logo sua logomarca estará estampada em algum canto do blog.
Se você estiver querendo apoiar o blog também, entre em contato comigo pelo email joao.alho@hotmail.com, pelo orkut ou twitter. Só não aceito apoio de entidades públicas, partidos políticos ou candidatos à eleição, por motivos pessoais.
Então, vamos para o poema em si:



Preço

Como de costume,
não me acostumei
com os custos, com o cume.

Quero uma vida barata,
de sorrir, de dar risada.
Fazer da alegria minha morada.

Os preços compram roupas, relógios e apreços.
Enquanto isso, na vida, há quem seja tão pobre,
que tudo que lhes resta é dinheiro.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Novidades

Olá, o Leia no Verso traz uma novidade para os seus leitores. Ainda é um projeto, mas verei se vou por em prática dependendo da opnião de vocês. É o seguinte: a Vivo está com uma promoção (vivo on) na qual é ilimitado e gratuito o envio de torpedo SMS de vivo pra vivo. Minha idéia é criar uma lista de seguidores do blog (tem que ter celular vivo) e enviar uma mensagem de texto a eles toda vez que o blog for atualizado. Assim, quem não tem tempo de ficar no orkut, twitter, facebook e afins ficará sabendo que tem um poema novo no ar e poderá visitar o blog. Gostaram? Quem quiser se cadastrar é só falar comigo nos meus diversos contatos: twitter, facebook, Msn, orkut, celular, pessoalmente...
Ah! Por favor, respondam a enquete que fica aqui do lado direito.
Nesta madrugada, ao tentar ver a chuva de meteoros na varanda do meu apartamento, escrevi este pequeno poema:



Inferno Astral

Em uma chuva de meteoros,
o meteorito cochichou com o cometa:
- Um dia vou ser um planeta!
Este, gabando-se com sua cauda, responde:
- Desista! Você não tem estrela.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Olá, fiéis seguidores. Hoje trago para vocês um poema de uma companheira de todos nós: A insônia. Nessa transição de férias para aulas ela está mais frequente do que nunca, então resolvi homenageá-la por aqui. Um abraço para todos vocês que fazem o número de visitas desse blog crescer a cada dia.


Morfina



Não tem mais copo limpo,
vou beber água numa xícara.
Já rolei na cama em todas as posições:
a Insônia
veio me visitar.

Já contei ovelhas e carneiros
sobre o meu lençol de lã.
Já rezei um terço inteiro,
e já estou na metade do amanhã.

Li prosa e poesia.
Ouvi Nirvana e Tom Jobim.
Morfeu não veio, mas enfim;
meu corpo tem preguiça de dormir.




P.S.: liberei os comentários. Agora tá tudo público, qualquer um pode publicar sem muito mistério. Faça sua parte: COMENTE!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Texto reflexivo...ou não

Mais uma vez, um texto com crítica social. Não é muito o meu estilo, mas, assim como o último, também é legal escrever assim. Não tenho muito o que falar hoje, mas tenho muito a ouvir. Estou com saudades dos comentários de vocês aqui pelo blog. Alguns dizem que é difícil comentar. Seguinte: se você estiver logado no orkut, é só apertar em comentários (no número ou na palavra comentário) embaixo do post e escolher "google account" e pronto, você pode mandar uma mensagem pra aparecer aqui no blog.


Catedral


Há alguém lá dentro agradecendo por mais um dia.
Pela casa, comida, saúde e família.
Pedindo pelos seus sonhos e ideais.


Do outro lado - que tristeza -,

Pareceu que Deus esqueceu do lado de fora da Sua casa.
São Filhos agora adotados pela bebida e o cigarro,
pais atenciosos e solidários.
A barba cinza - do grisalho e da poeira -
esconde o rosto que ninguém quer ver.


De dia cata lata e pede na praça.
Deixa-se queimar pelo sol e pelo asfalto.
À noite, nos bancos e fachadas,

se esconde do frio e de pés e mãos
que se divertem com a maldade.

Que melancólicos os peregrinos da catedral,
humilhados pela indiferença e pela vida real.
Rogam ao Pai, não pedem esmola.
Do lado de fora da Catedral,
há sempre alguém agradecendo por menos um dia...



P.S.: Tenho que divulgar o site do amigo Grazziano Guarany, o www.solorota.com. Diversão e risada é o que não falta por lá! Visitem!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

De volta às aulas


Olá. As aulas voltaram. É verdade que abandonei o blog nessas férias que passaram. Muita coisa pra fazer (jogar video-game, jogar bola...) e acabei deixando este sítio aqui de lado. Porém, estou de volta à ativa e trazendo textos novos. Hoje é um texto que conta a ironia tremenda que acontece em um lugar da nossa cidade.















Defronte afronta


É tanto moço, tanto alvoroço.
Tanta fumaça, tanta cachaça.
Tantos ensurdecedores decibéis
do outro lado da rua.

A arte e a cultura que repousa no museu
sofre toda noite com tamanha afronta.
"O grito" de Munch levaria as mãos da face aos ouvidos
se ouvisse tanta pobreza de pensamento
infestando o cartão-postal dos eruditos.

São vozes sempre iguais vindo dos porta-malas.
São toneladas de som e nenhum grama de cultura.
E a baixaria em altíssimo volume agonia
as nobres peças de arte do outro lado da rua.

Talvez se quem bebesse à noite nos degraus
lesse um livro ou viesse por lá de dia
conheceria um mundo menos burro
e até mudaria, um dia.

Deixa prá lá, pois vem dobrando a esquina
um barulho aliviante de sirene,
e o ruído chato da polícia, quem diria,
veio salvar o descanso que João Fona merecia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poesia é um troço simples. Foi-se o tempo do Parnasianismo, quando não havia poesia, e sim "artes poéticas". Era mais importante enfeitar o poema com rimas ricas, palavras rebuscadas no dicionário e diversos recursos de linguagem eruditos que faziam o leitor terminar a leitura sem entender nada daquele monte de palavras. Como diz minha amiga e colega de aula Camila Lobato, "falou um quilo e eu não entendi um grama!".
Por isso, tento me focar no conteúdo. Claro que é legal dar uma fosforilada de vez em quando, uma enfeitada só pra pensarem que sou inteligente. No entanto, o conteúdo prevalece, deixando a forma como um mísero detalhe. Então, meus textos são assim: qualquer um pode ler, mas nem todos podem escrever, visto que é sempre o meu jeito de pensar que está ali, e ter esse jeito idêntico é difícil, já que todos nós somos únicos. Um abraço.



Tropeço


Caí da escada!
Me arrebentei todo no chão
e ainda bateu na minha cabeça a dúvida:
dói mais a frustrante queda na subida
ou o tombo estabanado na descida?



P.S¹.: É errado começar período com pronome oblíquo (segundo verso), mas eu tenho direito à licença poética! HAHAHA!
P.S².: Respondendo à pergunta que encerra o texto, o Rui Toshio disse "depende do degrau".
P.S³: Play Station 3

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Férias = preguiça

Cara, poesia não combina com férias. Vocês não tem noção: quanto mais tempo se tem, menos disposição há para fazer as coisas. Parece que os versos fluiam tão livremente nos cinco minutos entre um livro ou outro no tempo das aulas. Eu durmo (quase) todo dia com a consciência pesada "po, nem escrevi nada." "po, o blog tá entregue às traças". Eis aqui a nafitalina: um poema com uma pontinha de esperança.
Mário Quintana disse uma vez que quando o leitor não entende o que um autor escreveu, é porque um dos dois é burro. Porém, nem todo mundo vai entender este poema, pois fala de um cara que somente quem está mais ligado ao colégio em que eu estudei conhece. Quem não entender, não se sinta burro e nem me chamem de burro!



Par de olhos

Era uma vez um par de olhos
que via tudo belo e total.
Foi perdendo a nitidez, como quem mexe na antena da TV
e logo ganhou a companhia de vidros garrafais.
Garrafa de vidro, de água, de vida,
litros e litros dum elixir que ria e fazia rir.
Litros de alegria, de sorrisos e de geografia.

O par de olhos via coisas bonitas.
Viu amores, copas do mundo, a Bíblia e coisa e tal
enquanto os fiés fundos de garrafa ganhavam sempre mais um grau.
Entre mapas, livros, blocos econômicos e cartéis,
quem sentava para ver o par de olhos ensinar
não via mesmo era o tempo passar.

O par de olhos foi ficando cansado.
Seu cristalino foi cristalizando-se,
a mácula, imaculando-se
e o par queria apenas descansar.

Até que um sério jaleco decretou:
- Não tem volta. A chance é uma gota no mar.
Reação melancólica: se afogava esse par
e dos olhos transbordavam gotas de desespero.
Quão triste para eles não poder ver mais o brilho de outro par.
O destino é escuro e tem prazo para acontecer. Uma penumbra de incertezas.

Mas quem lá de cima olha
é sabio e sabe traçar
as linhas e os caminhos
pros olhos a luz enxergar.
O Homem-que-vê-tudo encomendou
- em ventre bem-amado -
uma menina, a luz dos olhos,
para o par de olhos se encantar.

Quando o último raio de luz se apagar nas intactas retinas desse par,
eles estarão pronfundamente agradecidos
por virem um novo par de olhos brotar.
Olhos pequeninos, sorridentes e infantis.
Felicidade escancarada na "tela".
E com a "menina dos olhos" no colo
não precisará mais de olhos
para ver que a vida é bela!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

De volta na praça

O leianoverso está de volta. Meu computador voltou e com ele voltarão também a dose de poesia que a vida de vocês todos precisam. Queria mandar um abraço aos meus leitores fiés, em especial pro André, pra Larissa, pra Raíza e pro Arturo, que não se limitou somente a ler, mas também a criticar e mostrar o que pensa; show de bola. Apenas uma réplica: falaste das rimas, mas uma característica minha é não dar a mínima para as rimas, deixo apenas elas aparecerem por vontade delas mesmas! O texto de hoje é um pouco antigo, mas tem seu valor.





Contramão


Você que insiste
em negar e empinar o nariz,
vê, por favor, que se perde
um momento mais feliz

Você que persiste
em argumentar que não dá mais,
larga dessa ladainha
de que não sou um bom rapaz.

Você que nega,
não sabe como dói na carne
um sorriso tão belo
com um "não" a ilustrar-lhe.

Você que decide
com a cabeça, mas não com a razão,
não vê como é linda e triste
a poesia da contramão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Férias, fera!

Amanhã começam minhas férias. Espero que elas sejam repletas de poesia.
Desculpem a melancolia. Hoje teve o Concurso Santareno de Poesia do III Salão do Livro, e eu tinha a esperança de estar entre os premiados do certame. Infelizmente, ainda nao foi dessa vez. Entretanto, não sei perder e estou meio "emburrado". Sinceramente, é muita pretensão minha: me "profissionalizei" há menos de dois meses e já almejava algo grande assim...agora é hora de por os pés no chão. Fica pra outra oportunidade.
Comprei um livro de poesias hoje e ganhei outro com dedicatória e tudo do poeta Eduardo Santos. Vou ler um amanhã para matar minha ansia por novos textos. Abraços



Esquadrilha

Precisamos ser mais pragmáticos.
Porque, no desenrolar do poema até a quarta estrofe
muita coisa está acontecendo:
A tinta vai acabando, a ponta do lápis quebrando...

E corremos o sério risco
do papel maltrapilho, cansado de ser tão maltratado,
se rebelar contra a escravidão poética e,
à revelia das suas tatuagens líricas,
fugir por aí em um aviãozinho de papel.

domingo, 13 de junho de 2010

Meu caro amigo,

me perdoe por favor se eu não estou em dívida com este blog. Algumas coisas me tiraram da blogosfera nas últimas duas semanas: A Operaçao Saude e Lazer, promovida pela OSCA em parceria entre UEPA e OPERAÇAO SORRISO; a tensão de fim de semestre: provas e trabalhos, e principalmente um agravante: meu computador está quebrado!
Queria agradecer nesta postagem a algumas pessoas. Primeiramente ao jornalista Jeso Carneiro, que postou um poema meu em seu badalado blog nessa semana, promovento o blog e eu como produtor textual; aos "tios" Roberto Vinholte e Juvêncio Monteiro, que elogiaram bastante o blog pessoalmente e on-line, o que me surpreendeu, visto que minha poesia tem tocado pessoas de
uma faixa etária - e cultural - mais madura. Por último, a todos os fiéis amigos que tem visitado essa página e aos meus parentes que também tem me dado força. Muito Obirgado.




Anamnese

Fiz um poema em um prontuário.
Não tinha queixa principal, sintomas e nem horários.
Foquei na história sem fim do paciente,
da furada de prego na infância à doença de agora,
passando por sarampos, fraturas, diabetes e pressão alta.
Ficou a impressão alta de que algo faltava...

Levei asperamente a mão pelo meu cabelo
para depois - com pose de sabichão - repousá-la no mento.
- Já resolvo seu caso, só um momento!
Era um caso crônico de falta de poesia!

A falta de versos (lidos, escritos ou vividos)
fez do homem um doente, um problema.
Para evitar complicações e efeitos adversos, pus no receituário:
Drummond e Bandeira duas vezes ao dia, por qualquer via.

Consulta encerrada. Aguardo retorno.
E para o próximo médico,
se não entender meus métodos ou minha promessa de cura,
deixei anotado um lembrente, um conselho:
- Fazer revisão de Literatura.

sábado, 5 de junho de 2010

Viva Laduma! Clima de Copa do Mundo!

Galera, essa semana foi tensa, nem deu de dar atenção pro Blog. Desculpem-me do fundo dos seus corações. Hoje tou empolgado com o futebol: fiz dois gols e tou me achando o Pelé! Nessa semana, terá início a Copa do Mundo, o maior evento do nosso planeta. O leinoverso também entra no clima com um texto falando de algo que parece um milagre, que não respeita cor, credo ou classe social. Ele apenas acontece; o nome dele é gol.




De tudo que é jeito

Gol de falta, gol de classe, gol de craque,
gol driblando o goleiro.
Gol de cobertura, gol soltando um torpedo.
Gol espírita, gol de cabeça, gol de canela,
gol no bate-e-rebate.
É gol de artilheiro.

Gol de carrinho, gol na raça,
gol na humildade do zagueiro.
Tem gol pra calar a boca;
tem gol pra ficar de boca aberta.
Gol alegre, irreverente.
Gol com dancinha e exagero.

Gol de fora da área,
gol debaixo da trave,
gol com desvio leve no escanteio.
Gol com rede balançando,
Gol que nem toca na rede!
Gol que sacode o país inteiro.

Gol com requinte de crueldade, gol de honra.
Gol embala-nenê, gol com "eu te amo" e beijo,
gol pra correr pro meio-campo e abraçar o companheiro.
Gol pra tirar a camisa, gol pra levantar a torcida.
Serve até gol contra; tem gol de todo jeito!

Tem gol pra ir mais cedo pra casa,
mas também tem gol pra não voltar tão cedo pra casa.
Gol pro craque, pro perna-de-pau, pro guerreiro.
Gol pra tristeza (de uns) e alegria (de outros).

Eu quero é gol. E gol brasileiro!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mil Expectativas!

Estou com a expectativa de chegar às mil visitas a essa página nesta postagem. Isso é muito gratificante. Foram 1000 vezes que alguém quis abrir a mente para uma poesia nova, diferente das demais, algo inusitado. Vocês não tem noção de quanto isso me deixa feliz e realizado. É muito gratificante ser reconhecido por esse trabalho. Sempre vem alguém via MSN, Orkut, telefone, twitter, comentários no blog e até ao vivo me parabenizar, e isso me deixa realmente com vontade de escrever mais.
Na vida a gente tem que fazer aquilo que gosta. Escolher uma faculdade ou um trabalho que dê prazer; escolher os amigos, os programas; fazer só o que você gosta de fazer. Essa é uma premissa que toda pessoa feliz segue. Eu segui ela no momento que resolvi criar esse blog: se eu gosto de poesia, eu vou mais é fazer poesia!
O conselho já foi dado: seja você mesmo e agrade a você. Obrigado


Criança-verde

Busco amadurecer a cada dia.
Crescer como irmão, como amigo, como cristão.
Ser um bom filho, um bom aluno.
Ser fruto maduro até na poesia;
troco as rimas e ganho em sabedoria.

Não quero cabelos brancos.
Só quero que não me dê um branco
a cada nova decisão.
Preciso da palavra certa na hora certa
e ser maduro, e não mais "criança-verde", João.

Sofrer menos, Sorrir mais.
É um degrau a cada dia,
e meu corrimão é a poesia.
Amadureço com os erros,
que, se eu fosse maduro,
não os teria cometido.

sábado, 29 de maio de 2010

Não resisti!



Todo santareno com a mínima habilidade artística já fez, faz ou fará isso um dia: cantar a(s) beleza(s) de alter-do-chão. Agora chegou minha vez. Hoje foi um dia que me deu muita vontade de estar nesse paraíso tropical.
Queria contar para vocês uma verdade. No dia 28 de dezembro de 2009, por volta das 11h da manhã, recém-chegado no Rio de Janeiro, estava com a minha família dando uma volta no calçadão de Copacabana. Avistei um senhor com algumas telas expostas a céu aberto; resolvi ir lá ver o que aquele artista de rua teria, afinal, todo turista quer lembranças do Pão-de-açúcar, Corcovado, Maracanã... Realmente, ele tinha todas essas imagens nas telas, mas uma me chamou a atenção: a coroa de areia com um morro com uma cruz ao fundo. Era nada mais nada menos que Alter-do-Chão! Fui logo perguntando:
-Moço, essa aqui fica em que bairro?
O Artista respondeu:
-Não fica aqui. Isso é uma praia no Pará. Vi há uns meses no jornal uma foto dela e não esqueci nunca mais. É a praia mais bonita que já vi na minha vida.


Você não é obrigado a acreditar (embora realmente seja real), mas é obrigado a valorizar esse milagre da natureza que é alter. Obrigado.



Alter-ego

Meus olhos ficam marejados, alter,
Quando vejo a água do teu rio brilhar.
Espelho tapajoara que reflete teu alter-ego, ó praia
Entidade de magia, folclore e beleza rara.

Meu sorriso se abre e meu ego se infla, alter.
Quando confundo tuas curvas com as de uma mulher.
Teu contorno de areia, desenho teimoso e perfeito,
Faz de amor a teu corpo um homem suspirar.

E voa no vento o meu olhar.
Pelo verde lago, pelas catraias azuis e os coletes laranjas.
Pelo suor derramado pelo aventureiro do morro do teu Cruzeiro.
E projeta na retina os botos de mentirinha.
Cada canto teu é uma lenda, um canto, um encanto.

Eu só lembro das tardes de sol mergulhado até os ombros.
Coca-cola e Bolinho de piracuí na mesa.
Amigos em volta, risadas...esqueça.
As memórias da tua corrente serão sempre mais intensas.


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sexta-feira, dia da licença poética

Não a licença poética de dar uma de burro num poema e dizer que foi em nome da rima. A licença que eu digo é dar um tempo nos compromissos cotidianos e ter tempo para escrever com calma. Espero que na próxima postagem eu traga alguma novidade bacana para vocês. Já ultrapassamos as 750 visitas ao blog, mas sinto falta dos comentários de vocês pra saber da opnião, das críticas e xingamentos.
Hoje vou inscrever um poema no Concurso Santareno de Poesias. O escolhido foi o texto "sábia praticidade". Vamo ver no que que vai dar...
Alguns leitores sugeriram temas para poemas, e o de hoje vem de uma dessas sugestões.


Engrenagem Medonha


Medo de altura, de aranhas, da solidão,
da dor, da morte e da vida.
Medo da mãe descobrir.

Medo de fantasma, de assombração.
Medo do flanelinha riscar o carro.
Medo de viajar de avião.
Há até quem tenha medo de ser feliz!

Mas, convenhamos, o medo é quem nos faz crescer.
Quem descobriu o fogo, tinha medo do escuro.
Aquele que luta pela paz, teme desesperadamente a guerra.
E quem estuda, trabalha, se dedica
o faz por pelo pânico que tem de se dar mal na vida.

Cultivemos o medo; do pueril ao fantasmagórico.
Pela criança que não repete a tolice por temer uma nova surra ou castigo
e pelo operário-padrão que não falha, mas treme diante do patrão carrasco,
façamos do medo nosso temível e nefasto aliado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amizade, o maior valor

Todas as relações humanas que se prezem tem que ter como pré-requisito a seguinte palavra: amizade. No trabalho, na faculdade, no amor, na tristeza, na farra, na pelada semanal...tem sempre que ter amizade. É sobre isso que venho tratar no texto de hoje. Queria agradecer a todos os amigos (os que vejo diariamente e os que vejo uma vez no ano) e aos amigos dos meus amigos. São todos especiais.


Do sincero riso

Os melhores amigos são os que te surpreendem.
São aqueles que ligam nas tardes mais tristes
sem ao menos perguntar se está tudo bem.
Não dizem sequer "alô", vão logo gargalhando,
e contam uma piada e, como se fosse um desabafo,
matam a tua tristeza de fazendo rir.

Bom amigo este que não quer saber se estás triste;
quer apenas se certificar que estás feliz.

domingo, 23 de maio de 2010

416 postagens, já estou começando a me achar!

Bem amigos, fim de semana acabou e, assim como todos nós, o blog sai da sua gostosa folga e volta à atividade. Fiquei o fim de semana todo pensando em um tema para o poema da próxima postagem e não consegui encontrá-lo. Mas encontrei um tema de que eu com certeza não queria tratar (nesse sítio aqui). E é sobre isso que o poema abaixo discorre.
Falando de assuntos extra-blog, haverá um concurso de poesias para o SALÃO DO LIVRO a ser realizado em Santarém no mês de junho. As inscrições acabam dia 28 (sexta) e eu inscreverei um texto meu. Ainda não sei qual é, por isso queria que vocês decidissem. Comentem com a sua opnião: qual poema desse blog merece participar desse concurso?
Até a próxima.




Amor não se escreve

Falar de amor em um poema é perigoso
quando este se torna público.
Poemas de amor de verdade são sempre escondidos,
reprimidos, jogados fora,
ou dados de presente: confidenciais, perfumados e anexos a cartas.
Os bons poemas de amor são feitos para somente uma pessoa entender.

Já outros, nem tão sinceros e privados,
têm sempre as mesmas rimas:
-dor, amor; paixão, coração.
São clichês, lugar-comum
e cabem em qualquer redondilha.

O mundo não quer - e nem deve -
saber dos teus sentimentos:
O que sentes é teu, não dos versos.
De amor se conversa com quem se ama,
e nunca com um caderno.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tristeza não tem fim, Libertadores, sim!

É inexplicável o poder que um time de Futebol exerce sobre a alma do ser humano. Os jogadores do seu time não te ajudam a estudar, não te chamam pra comer uma pizza com eles, não te seguem no twitter, não oferecem gols para você, mas ainda assim você sofre e dá a própria vida pelas cores que eles vestem... Não importa, há sempre dor se houver decepção com o time. Pode ser revoltosa - tipicamente corinthiana - ou sensível, serena e profunda, como é a que eu sinto no momento pelo Rubro-negro.

Deixando a profundidade de lado, quero agradecer de coração aos que tem visitado o meu blog (que no momento registra 226 visitas!!!). Espero que venham sempre por aqui em busca de poesia ou somente para eu parar de encher os vossos sacos no MSN.
Hoje teremos dois poemas com o mesmo tema. Até a próxima.


Justificativa

Platão explica.
Newton explica.
Marx explica.
Freud Explica!
Guyton explica...
ATÉ O JOEL SANTANA EXPLICA!

Por isso escolhi os versos:
Ninguém pode explicá-los!





Sábia praticidade

Indagaram-me certa vez: "por que os versos?"
Respondi prontamente:
- Caro amigo, se me indicares um livro,
perguntarei: "já tem filme?"
Então pouparei dias e dias de leitura em apenas uma hora e meia.
Mas se eu te oferecer um poema,
não o encontrarás em tela alguma.
Pois um poema, para ser entendido plenamente,
se leva até uma vida inteira!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Segundo passo

Fiquei surpreso com a quantidade de visitas do primeiro post : 93 ( tudo bem, eu devo ter entrado pelo menos umas 20 vezes!). Muito obrigado a todos pelo prestígio e pela paciência.
Gostaria que comentassem, pois cada crítica recebida é a certeza de que o próximo sairá melhor, e cada elogio recebido é mais um estímulo para continuar escrevendo.
Agradeço também ao Tércio pelo apoio( www.cardesir.blogspot.com). Eu sei que tem muita gente que escreve poesias ou textos em geral e acaba escondendo e reprimindo isso. Não faça isso! Não prive o mundo das suas criaçöes, compartilhe com a gente!
Bem, esse poema foi feito agora e vou logo postá-lo. Estou selecionando outros poemas para em breve postar aqui.



Ponteiros

O tempo é obra de Deus?
O tempo já foi posse de Deus...
Perdi a hora, e o tempo nos prendeu.

Maldita hora que inventaram a hora!
O relógio foi, sem dúvidas, a pior das invenções.
Criaram-se os atrasos, os horários.
Criou-se o tempo; e fomos ficando cada vez mais sem ele...

O tempo de dormir, de trabalhar, de amar
foi todo cronometrado, mensurado
e saqueado do homem por relógios e ampulhetas.
Todo ponteiro é uma forma de opressão!

Foi-se o tempo de se ter tempo!
O tempo não é dos Homens,
ele não é mais de Deus.
O tempo agora é dinheiro.
Já passei da hora, Adeus!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Olá gatos pingados!
Esta é a estréia desse blog. Aqui neste sítio eletrônico vocês terão acesso a algumas produções textuais minhas - ou às vezes de algum colaborador - e, esporadicamente, alguma discussão sobre qualquer outro assunto - Copa do Mundo, Flamengo, Universidade, e etc.
Selecionei para início de conversa um poema meu feito há alguns meses atrás. Aí vai ele:


Anti-matéria

Desde a sétima série,
meus cadernos tem dezenove matérias.
Sua última divisão não é matéria
- e nem feita de matéria -
é obra do etéreo, do impalpável,
dos sentimentos; não dos sentidos.

E suas folhas sempre vão se esvairindo...
Dobradas para namorada, pretendente,
para amigo dar risada
ou mutiladas em bilhetinhos,
recados, endereço, telefones e integrantes do departamento.

Em semestres mais poéticos,
foram invandindo os vizinhos "espanhol", "inglês",
"religião" e "habilidades em comunicação"
e esperam fim mais digno
que uma estante ou coleção.