quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Versos com Desamor

       Hoje o Leianoverso não trás nenhum poema meu. Nesta postagem venho fazer uma análise sobre o fenômeno mais "estudado" nos textos em verso: o Desamor. Desde o trovadorismo que ele vem sendo assíduo na nossa Literatura, e não é pra menos: o desatino de uma paixão faz o poeta/compositor perder o sono e buscar consolo no papel.
        Na Música Brasileira é uma figurinha carimbada. Está presente em todos os ritmos. No forró o homem abandonado tenta demonstrar que está curtindo a vida; no sertanejo ele se entrega e mostra o âmago do seu sofrimento; na MPB e Rock mostra o homem "zuado", que parece ter escrevido bêbado tudo aquilo, não como uma música, mas como um desabafo.
     Algumas mulheres ficaram famosas na nossa música. Uma fama ruim: foram conhecidas por terem abandonado seus companheiros e causado tamanha tristeza a ponto de gerar uma música dessas. Extistem várias: a Rita do Chico Buarque, a Marina do Dorival Caimmy, a Ana Júlia do Los Hermanos, Doralinda do Cazuza e etc. E até na música internacional, como Angie dos Rolling Stones e Layla de Eric Clapton (essa que deu briga com o Beatle George Harrison).
       Enfim, selecionei as - na minha opnião - as duas principais vilãs da nossa música. De origens distintas, a goiana "Mariane" do Bruno e do Marrone e a "Inês" do paulista Adoniram Barbosa. A primeira da primeira década deste século e a outra de 1956. Ainda está pra nascer um veneno maior que o dessas duas víboras!
E pra você, quem é a grande vadia-vagabunda-rameira-rapariga da nossa música???



Bruno e Marrone

Marianne

No dia do aniversário do nosso namoro
Acordei até mais cedo
Doidinho pra te ver
E de repente ouvi a campainha
E que surpresa
Quando eu abri a porta
Flores mandadas por você
Quase não acreditei
Que elas eram pra mim
Mas quando li o bilhete que dizia assim:
"Nosso amor foi bom enquanto durou."
E eu chorando, segurando o maldito buquê
Perdido ainda tentando entender por quê
Nesse desespero comecei a te chamar:
Marianne,
você me prendeu.
Depois diz que não me quer.
Choro e grito por seu nome:
Marianne
Com você meu mundo é mais feliz.
Bate forte o coração.
Volta e vem amor, me ame,
Marianne.


Adoniran Barbosa

Apaga o fogo, Mané


Inês saiu dizendo que ia
Comprá um pavio pro lampião
Pode me esperar, Mané
Eu já volto já.

Acendi o fogão
Botei água pra esquentá
E sai no portão
Só pra ver a Inês chegar

Anoiteceu e ela não voltou
Fui pra a rua feito um louco
pra saber o que aconteceu

Procurei na Central
Procurei no Hospital
E no xadrez
Andei a cidade inteira
Mas não encontrei Inês
Voltei pra casa
Triste demais
O que a Inês fez
Não se faz
E no chão bem perto do fogão
Encontrei um papel escrito assim

Pode apagar o fogo, Mané,
Eu não volto mais.

Pode apagar o fogo, Mané,
Eu não volto mais.


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