quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Homenagem II do Blog, Gregório de Matos

Nascido em 23 de dezembro de 1636 em Salvador, Gregório de Matos Guerra figura como uma das mais marcantes figuras da literatura portuguesa. Portuguesa? Como assim se o cara nasceu em Salvador? Lembrem-se, meus bons leitores, que até 1822 o Brasil ainda era colônia portuguesa, portanto, todos nascidos em nosso solo até então eram Portugueses.
É o primeiro grande literato do solo brasileiro e grande ícone de poesia Satírica do nosso idioma. Foi advogado e juiz, porém, sempre teve problemas em sua carreira devido à sua coragem: batia de frente com qualquer um, falava mal dos políticos e da igreja sem nenhum escrúpulo. Característica essa que foi marcante para sua obra, quase sempre satírica e insinuante, que lhe rendeu o apelido de "Boca do Inferno. Porém (Como o texto a seguir), teve seus momentos mais sacros, como da escola da época (barroco).
Uma curiosidade: antes de morrer, (em Recife, 26 de novembro de 1685)chamou dois pede que dois padres venham à sua casa e fiquem cada um de um lado de seu corpo e, representando a si mesmo como Jesus Cristo, alega "estar morrendo entre dois ladrões, tal como ao ser crucificado".
Aqui vai sua poesia que mais me agrada:


Ao braço do mesmo Menino Jesus quando apareceu

O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.



P.S.: Amanhã estarei viajando em um retiro espiritual e só voltarei no domingo. Portanto, sentirei saudade de vocês e espero que sintam de mim.




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