quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A arte hoje: somos vítimas ou culpados?

    Estou há muito tempo sem escrever. Decidi voltar à atividade hoje. É um pouco sobre a nossa carência cultural. É mais fácil um artista rimar o nome de um carro e usar os clichês amor-dor, paixão-coração e etc. que realmente procurar inserir algum conteúdo no seu trabalho. O quadro se estende para a literatura. Os títulos em destaque apelam para sexy simbols (ora com gravata prateada, ora como ser hematófago) para atrais, em geral, leitoras carentes. Aposto que grande fatia comprou Crepúsculo por causa do ator, mas duvido que compraram "Iracema" pela beleza da protagonista ou "O Guarani" pelos músculos de Peri.
   Isso não é exclusividade tupiniquim. Os artistas que nos empurram goela abaixo vindo do "estrangeiro" preferem fazer clipes sensuais, letras apelativas e pronto. Não critico o público, pois se grandes artistas voltassem a ser prioridade para as gravadoras, editoras e para a mídia como um todo, o panorama estaria diferente.


Prisma

A poesia é o inverso de um prisma.
Junta as sete cores e forma uma luz.
Indissociável.

Se a luz se refrata em sete tons,
há sete sentidos. Sete sensações.
Se um verso é esquartejado em palavras,
não há nada a mais que caracteres enfileirados e vazios.
Apenas o reverso: as letras se juntam para fazer a razão.

Na aquarela, o azul até rima com o anil
e o laranja com o vermelho e o amarelo.
Mas pobre do verso que se contenta
em não ter razão para ter paralelo.