terça-feira, 31 de agosto de 2010

Frita, Santarém!


Este poema estava cozinhando na minha cabeça há alguns dias, quando a amiga e leitora Thainá Aguiar "encomendou-o". A postagem também é decicada ao @rafapazz, que tanto reclama do tema. Bem, todo mundo que anda pelo menos 50 metros a pé em Santarém sabe que o que o poema retrata é real até demais. Nem que seja o trajeto entre o carro/onibus até dentro de casa ou da sala de aula, está insuportável!!! Mas acho que nenhuma crítica, neste caso, vai fazer melhorar a situação...



Escaldante

Salta o mercúrio dentro
do termômetro em seu delgado tubo,
e também o suor do estreito ducto
das glândulas sudoríparas.

Arde o sol no meu Tapajós,
escalda suas praias, e o asfalto e a terra batida
da Prainha, Diamantino, Aparecida.
Cada quarteirão é um Círio,
ao andar a pé nesse martírio.

Será que São Pedro esqueceu o caminho daqui?
Ou a chuva que já ferveu antes de cair?

Nesse devaneio tropical, a Amazônia virou Sertão,
e meu Saara é Alter-do-Chão.

domingo, 29 de agosto de 2010

Novos tempos

Duas críticas de leitores me chamaram a atenção ultimamente. o Gil Serique disse que devo me censurar menos, me soltar mais, ter menos vergonha do meu público. A Nicolly Guimarães disse que eu já tenho meu estilo próprio de escrever, que já identificaria um poema meu entre muitos. Não importa qual é a crítica (se é esculacho, conselho ou só elogio), sempre se evolui mais depois de saber o que os outros pensam de si. Então, se expresse mais, diga o que você pensa de mim. Os comentários estão abertos.



Vocabulário facial


Teu Vocabulário facial é de poucas palavras,
que meia basta para os bons e maus entendedores.
Só se vê no teu rosto suas figuras de linguagem e onomatopéias
.
Teu dialeto não é difícil de perceber, nem fácil de se decifrar.

Tuas fásceis não fascinam nem apavoram.
Não oprimem com o fascismo dos teus caprichos,
nem se rendem ao fascínio da tua escravidão eterna.
Teu vocabulário não se soletra e nem se externa.

Não me dirija mais a palavra com as rugas da testa!
Nem com as asas do nariz ou com o canto da boca.
As frases continuam soltas no teu rosto sazonal,
e eu, preso; nesse vocabulário facial.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Três Mil


O Leianoverso está prestes a completar três mil visitas (Faltam 12, até o fechamento desta edição). Só tenho a agradecer a todos vocês, leitores, assíduos ou não, espontâneos ou não. Desculpa a todos que peço insistentemente via MSN para entrarem aqui, mas faço isso por uma boa causa.
Creio que nessa atual postagem começarei a promover as atualizações via SMS para celulares VIVO. Estou planejando também espalhar alguns cartazes nas universidades e principais colégios santarenos. Vamos ver no que vai dar.
O texto de hoje reflete sobre um problema de saúde comum a muitos indivíduos em toda a parte do planeta. Precisamos sempre estar com a coluna reta!


Ortopedia

As colunas dos templos gregos
- em mais de três mil anos -
se despedaçam, mas se mantêm firmes,
não como sua prima Vertebral,
continuamente torta e maltratada.

Pobres mesmo são as contra-parentes, as Colunas de Jornal.
Sofrem constantemente de escoliose
e dependendo da situação espreita,
pendem ora para a esquerda,
ora para direita.

domingo, 22 de agosto de 2010

Meus bons amigos. Não estou postando com tanta frequência nesses dias por conta da corrida rotina na Universidade. Prometo que serei um bom blogueiro e vou voltar a dar mais atenção a vocês depois da prova desse módulo.
O poema de hoje fala de algo que irrita todo mundo, mas todo mundo faz/fez uso dela. Pode-se tirar a interpretação que quiser dele.



Pirataria

Nos tempos de agora, onde tudo é pirata,
para não ser mal interpretado,
evito rimar os falsos cognatos.

O que se vê pode não ser.
O que de fato é pode não ser visto.
Quem só enxerga o óbvio
não vê além do que é bonito.

Discos, filmes, bebidas, dinheiro e pessoas.
Há falsificações e cópias em todo lugar.
Atenção aos menos atentos (ou mais ingênuos):
Nem sempre há selos de qualidade
ou marca d'água e linha negra contra a luz
para mostrar o que é falso e o que é verdade.



P.S. o Cardesir, do amigo Tércio Moreira, está de volta à ativa. Quem curte o Leianoverso também vai gostar de lá.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Trago boas novas, bobagens num papel!"

Amigos, tenho novidades mais uma vez.
Quem entrou no blog ultimamente - ainda que eu tenha ficado um tempinho sem postar - notou uma mudança drástica no visual e layout deste sítio poético. Pois é. O amigo Túlio Lacerda - acadêmico de Design e Desenho Industrial na UFCG - é o responsável pelo novo estilo do blog, e ainda está buscando novas ferramentas para melhorar a aparência do recinto. Gostaram da logomarca? Eu achei bem estilosa.
Outra novidade é a seguinte: o Leianoverso agora tem um patrocinador! Isso mesmo! O instituto ALL IDIOMAS de Juruti (em breve em Santarém), que oferece cursos de Inglês e Espanhol a preços acessíveis, é o colaborador oficial daqui. É um Mecena da poesia. Logo sua logomarca estará estampada em algum canto do blog.
Se você estiver querendo apoiar o blog também, entre em contato comigo pelo email joao.alho@hotmail.com, pelo orkut ou twitter. Só não aceito apoio de entidades públicas, partidos políticos ou candidatos à eleição, por motivos pessoais.
Então, vamos para o poema em si:



Preço

Como de costume,
não me acostumei
com os custos, com o cume.

Quero uma vida barata,
de sorrir, de dar risada.
Fazer da alegria minha morada.

Os preços compram roupas, relógios e apreços.
Enquanto isso, na vida, há quem seja tão pobre,
que tudo que lhes resta é dinheiro.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Novidades

Olá, o Leia no Verso traz uma novidade para os seus leitores. Ainda é um projeto, mas verei se vou por em prática dependendo da opnião de vocês. É o seguinte: a Vivo está com uma promoção (vivo on) na qual é ilimitado e gratuito o envio de torpedo SMS de vivo pra vivo. Minha idéia é criar uma lista de seguidores do blog (tem que ter celular vivo) e enviar uma mensagem de texto a eles toda vez que o blog for atualizado. Assim, quem não tem tempo de ficar no orkut, twitter, facebook e afins ficará sabendo que tem um poema novo no ar e poderá visitar o blog. Gostaram? Quem quiser se cadastrar é só falar comigo nos meus diversos contatos: twitter, facebook, Msn, orkut, celular, pessoalmente...
Ah! Por favor, respondam a enquete que fica aqui do lado direito.
Nesta madrugada, ao tentar ver a chuva de meteoros na varanda do meu apartamento, escrevi este pequeno poema:



Inferno Astral

Em uma chuva de meteoros,
o meteorito cochichou com o cometa:
- Um dia vou ser um planeta!
Este, gabando-se com sua cauda, responde:
- Desista! Você não tem estrela.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Olá, fiéis seguidores. Hoje trago para vocês um poema de uma companheira de todos nós: A insônia. Nessa transição de férias para aulas ela está mais frequente do que nunca, então resolvi homenageá-la por aqui. Um abraço para todos vocês que fazem o número de visitas desse blog crescer a cada dia.


Morfina



Não tem mais copo limpo,
vou beber água numa xícara.
Já rolei na cama em todas as posições:
a Insônia
veio me visitar.

Já contei ovelhas e carneiros
sobre o meu lençol de lã.
Já rezei um terço inteiro,
e já estou na metade do amanhã.

Li prosa e poesia.
Ouvi Nirvana e Tom Jobim.
Morfeu não veio, mas enfim;
meu corpo tem preguiça de dormir.




P.S.: liberei os comentários. Agora tá tudo público, qualquer um pode publicar sem muito mistério. Faça sua parte: COMENTE!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Texto reflexivo...ou não

Mais uma vez, um texto com crítica social. Não é muito o meu estilo, mas, assim como o último, também é legal escrever assim. Não tenho muito o que falar hoje, mas tenho muito a ouvir. Estou com saudades dos comentários de vocês aqui pelo blog. Alguns dizem que é difícil comentar. Seguinte: se você estiver logado no orkut, é só apertar em comentários (no número ou na palavra comentário) embaixo do post e escolher "google account" e pronto, você pode mandar uma mensagem pra aparecer aqui no blog.


Catedral


Há alguém lá dentro agradecendo por mais um dia.
Pela casa, comida, saúde e família.
Pedindo pelos seus sonhos e ideais.


Do outro lado - que tristeza -,

Pareceu que Deus esqueceu do lado de fora da Sua casa.
São Filhos agora adotados pela bebida e o cigarro,
pais atenciosos e solidários.
A barba cinza - do grisalho e da poeira -
esconde o rosto que ninguém quer ver.


De dia cata lata e pede na praça.
Deixa-se queimar pelo sol e pelo asfalto.
À noite, nos bancos e fachadas,

se esconde do frio e de pés e mãos
que se divertem com a maldade.

Que melancólicos os peregrinos da catedral,
humilhados pela indiferença e pela vida real.
Rogam ao Pai, não pedem esmola.
Do lado de fora da Catedral,
há sempre alguém agradecendo por menos um dia...



P.S.: Tenho que divulgar o site do amigo Grazziano Guarany, o www.solorota.com. Diversão e risada é o que não falta por lá! Visitem!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

De volta às aulas


Olá. As aulas voltaram. É verdade que abandonei o blog nessas férias que passaram. Muita coisa pra fazer (jogar video-game, jogar bola...) e acabei deixando este sítio aqui de lado. Porém, estou de volta à ativa e trazendo textos novos. Hoje é um texto que conta a ironia tremenda que acontece em um lugar da nossa cidade.















Defronte afronta


É tanto moço, tanto alvoroço.
Tanta fumaça, tanta cachaça.
Tantos ensurdecedores decibéis
do outro lado da rua.

A arte e a cultura que repousa no museu
sofre toda noite com tamanha afronta.
"O grito" de Munch levaria as mãos da face aos ouvidos
se ouvisse tanta pobreza de pensamento
infestando o cartão-postal dos eruditos.

São vozes sempre iguais vindo dos porta-malas.
São toneladas de som e nenhum grama de cultura.
E a baixaria em altíssimo volume agonia
as nobres peças de arte do outro lado da rua.

Talvez se quem bebesse à noite nos degraus
lesse um livro ou viesse por lá de dia
conheceria um mundo menos burro
e até mudaria, um dia.

Deixa prá lá, pois vem dobrando a esquina
um barulho aliviante de sirene,
e o ruído chato da polícia, quem diria,
veio salvar o descanso que João Fona merecia.